Por Ascom/TCE-PB

O Tribunal de Contas da Paraíba, por meio da Escola de Contas Conselheiro Otacílio Silveira, (Ecosil), promoveu uma palestra sobre “Educação Financeira” , apresentada pelo professor e economista Bruno Ferreira Frascaroli, na manhã desta sexta-feira (27).
O professor Frascaroli destacou a importância da expansão de ensino da educação financeira no país e o impacto das novas tecnologias na economia mundial e na vida das pessoas, pela rapidez com que os avanços e inovações no setor acontecem, com suas vantagens e implicações.
A palestra faz parte de uma série de debates mensais promovidos por meio da Escola de Contas do TCE que tem a coordenaçao do conselheiro Fernando Catão. Os conselheiros Arnóbio Viana (presidente da Corte), conselheiro André Carlo Torres Pontes, e o secretário geral da Ecosil, também estavam presentes. O advogado Carlos Aquino mediou o debate.

Na abertura do evento, o conselheiro Catão disse que o Projeto de Debates da Ecosil, que mensalmente busca um tema da atualidade, foi escolhido pela importância do assunto. Durante sua fala, ele defendeu a implementação de Educação Financeira na base curricular nas escolas. “ Educação Financeira é importante, trabalhando também a compreensão do sistema monetário nacional e mundial. Ela está diretamente relacionada à construção da cidadania”, destacou.
A falta de educação financeira, desemprego e escassez de renda, levaram 62,6 milhões de brasileiros começar o ano de 2019 devendo. Significa dizer que 41% da população adulta tem alguma conta em atraso, e o CPF sob restrições. Os mais “negativados” situaram-se na faixa dos 30 a 39 anos, num total de 17,8 milhões de pessoas.

Polo de Educação Financeiro da PB – Para uma platéia atenta de auditores, servidores, conselheiros e pessoas interessadas no tema, o professor Bruno falou sobre “Os Desafios para a Consolidação do Pólo de Educação Financeira do Estado da Paraíba”.
A iniciativa objetiva elevar o índice de cidadania financeira – hoje 33,5% no estado, enquanto a média nacional situa-se em 41,5%. Criado em 2018, o projeto atende atualmente 50 escolas públicas paraibanas com foco nas disciplinas de Educação Fiscal, Educação Ambiental e Educação Empreendedora. E é fruto de parceria entre a Universidade Federal da Paraíba, Associação de Educação Financeira do Brasil, Secretaria de Estado da Educação e Fundação Parque Tecnológico da Paraíba.
Doutor em Economia e atual coordenador do Curso de Especialização em Educação Financeira da Universidade Federal da Paraíba, Bruno Frascaroli chamou a atenção, também, para vários outros dados que revelam, por exemplo, o quanto o Brasil está distante, ainda, da realidade dos países que formam a OCDE – a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, composta hoje de 36 nações.
“De acordo com o Banco Mundial, os alunos brasileiros necessitariam estudar 260 anos para alcançar a proficiência média dos países da OCDE, e de 75 anos para se equipararem quando a comparação é, especificamente, com o aprendizado da matemática”, observou.
São dados que, para ele, indicam o tamanho do desafio para promover mudanças culturais relacionadas às dimensões trabalhadas na educação financeira: acessibilidade, percepção, habilidades, comportamento e atitude.
Ele falou, ainda, do surgimento, recente e crescente, de um novo mercado de meios de investimentos e pagamentos mediante soluções digitais e virtuais completamente inovadoras – criptomoedas, plataformas de pagamentos online, carteiras digitais, biometria, internet das coisas, Big Data.
E lembrou, a propósito, que há poucos anos ninguém imaginaria que a maior biblioteca do mundo (Kindle) não tivesse um livro físico; provedores/locadores de veículos e hospedagens (Uber e Aibnb) não tivessem um carro, um hotel ou pousada. “O Instagram, o maior álbum de fotografias do planeta, criado sem uma câmara sequer, e sem um fotógrafo, só”.
FOTOS DO EVENTO



