Por Ascom/TCE-PB
A obesidade é atualmente considerada um processo de doença crônico e recidivante, porém evitável, principalmente quando se inicia precocemente os cuidados com o equilíbrio entre a oferta de alimentos calóricos e o consumo de energia pelo organismo. Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (calculado dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado) é maior ou igual a 30 kg/m2. Este cálculo funciona como regra geral, não sendo apropriado em alguns casos.
A prevalência da obesidade vem crescendo em todo o mundo. Nas últimas décadas, atingindo status de pandemia, com 650 milhões de indivíduos obesos no mundo todo, sendo considerada um problema de saúde pública mundial, com repercussão na morbidade, mortalidade, gastos com saúde e na qualidade de vida e longevidade dos indivíduos obesos.
As causas da obesidade são diversas, sendo as principais: fatores socioeconômicos, culturais, fisiológicos, psicológicos, genéticos, epigenéticos e o estilo de vida contemporâneo, com seu ambiente obesogênico.
Atualmente já se tem compreensão que a prevenção deve começar desde a gestação. A alimentação da gestante deve ter como objetivo não só os cuidados com a futura mamãe, mas também com o feto.
Em pessoas geneticamente susceptíveis à obesidade, quando associado a uma dieta farta de alimentos calóricos e pouco gasto de energia pelo organismo, à longo prazo é gerado um excesso de gordura que se deposita nos órgãos vitais e pelo corpo todo, ocasionando as lesões patológicas da obesidade.
O organismo do indivíduo obeso tende a produzir hormônios para “recuperar o peso perdido”, numa acomodação ao estado da obesidade, fazendo com que muitos pacientes desistam da continuidade do tratamento.
A obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças não transmissíveis, como o diabetes mellitus, a doença hepática gordurosa, a hipertensão arterial sistêmica, o infarto do miocárdio, o acidente vascular cerebral, a demência, a osteoartrite, a apneia obstrutiva do sono, a dislipidemia e vários tipos de câncer.
Estudos recentes demonstram que indivíduos obesos ou com sobrepeso apresentam aumento da enzima responsável pela entrada do vírus nas células e que por isso os pacientes obesos e com COVID-19 estão mais propensos a apresentarem formas graves da doença e desfechos clínicos ruins.
A assistência psicológica durante esse processo é muito importante, devido ao fato de o transtorno de ansiedade e comportamento depressivo induzidos pela obesidade se exibirem comumente nos pacientes obesos.
O tratamento da obesidade requer uma abordagem multidisciplinar – médico, nutricionista, psicólogo e educador físico – com foco na história do paciente e da sua família, analisando os hábitos e costumes. Quando as mudanças comportamentais não forem suficientes, intervenções medicamentosas e/ou cirúrgicas devem ser analisadas e combinadas com o paciente.
Setor de Saúde do TCE-PB
05/11/2021