O Centro Cultural Ariano Suassuna ergueu-se, imponente, num dos mais conhecidos endereços do bairro de Jaguaribe, em João Pessoa-PB, como ponto de admiração dos paraibanos, exatamente no encontro entre as ruas Engenheiro Leonardo Arcoverde e Geraldo Von Sohsten.

Ali, durante anos, funcionou a Associação dos Subtenentes e Sargentos do Exército, a ASSEX, com seu ginásio de esportes, piscina, salão de baile, restaurante e bloco administrativo, até ser consumida pelas mudanças do tempo, novos hábitos e costumes – algo que acabou decretando a falência dos clubes sociais a agremiações do gênero -, fazendo com que a Assex tivesse que mudar de endereço e adaptar-se a uma estrutura menos complexa e dispendiosa.

Foi quando o Conselheiro Fábio Nogueira – então vice-presidente – em sua interinidade na Presidência do Tribunal de Contas, sob a titularidade do Conselheiro Fernando Catão, tomou conhecimento de que o prédio e o terreno assim desocupados, haviam sido vendidos à iniciativa privada, em flagrante ilicitude, face ao desvirtuamento da finalidade que motivara, décadas atrás, a doação governamental ao clube, o que ensejou imediatas providências no sentido da preservação do patrimônio público, culminando em imediata desapropriação da área, pelo Governo do Estado, em atendimento ao clamor do Tribunal de Contas.

A partir de então, o Conselheiro Fernando Catão delegou ao Conselheiro Fábio Nogueira (que o sucederia na gestão), a condução de entendimentos para concepção de projetos destinados à área que acabara de se incorporar a sede do TCE-PB, autorizando, no segundo semestre de 2012, a abertura de processo licitatório que culminaria com a construção do Centro Cultural Ariano Suassuna.

A magnífica obra foi erguida no antigo terreno da Assex e constitui-se em uma edificação de aproximadamente 6 mil metros quadrados, ao custo final de R$ 9,2 milhões, após incluídas intervenções urbanísticas adjacentes responsáveis pelo acréscimo de outros 2,5 mil metros quadrados de área trabalhada.

Inicialmente, o complexo passou a acomodar um auditório com 416 lugares, que, ao longo de sua construção, incorporou todo um aparato para exibições artísticas, tornando-o um verdadeiro cine-teatro, as novas dependências da Escola de Contas Conselheiro Otacílio Silveira (ECOSIL), com três salas de aula, um laboratório de informática e a Biblioteca Otávio de Sá Leitão (que sob o comando do então presidente, Conselheiro André Carlo Torres Pontes (biênio 17/18), foi transferida para novo prédio e o espaço a ela destinado foi transformado em uma moderna sala interativa, chamada de ESPAÇO CIDADANIA DIGITAL (ECD), reunindo tecnologia e informações em favor dos jurisdicionados e do trabalho da Corte, sob a coordenação do Auditor André Agra), além de um exuberante e espaçoso salão de exposições.

Todo o complexo assenta-se sobre um Edifício-Garagem com dois pavimentos e capacidade para 170 veículos. Um distrito Integrado de Segurança, então acrescido, anexa a esse projeto espaços para uma Delegacia da Polícia Civil, um Posto da Polícia Militar e outro do Corpo de Bombeiros, empreendimentos em beneficio da comunidade e assumidos pelo Governo do Estado.

O projeto, concluído e estruturado como Centro Cultural Ariano Suassuna, em homenagem a um dos mais reverenciados paraibanos, nada mais é que um espaço ofertado aos paraibanos no sentido de colaborar com a cultura, em todas as suas manifestações, oferecendo ambientes para lançamentos literários, exposições artísticas, encenações teatrais, artes plásticas, visuais e digitais.

Inaugurado em dezembro de 2014, ainda na gestão do Conselheiro Fábio Nogueira, o Centro Cultural Ariano Suassuna teve sua primeira regulamentação através da Resolução TC 07/2014, que criou, ainda o Conselho de Cultura do Tribunal de Contas.

Ao assumir a Presidência do TCE-PB, em 2015, o Conselheiro Arthur Paredes da Cunha Lima estruturou administrativamente o CCAS, enviando ao Poder Legislativo o projeto que desaguou na Lei 10.465, de 14 de maio de 2015, criando a diretoria do Centro Cultural Ariano Suassuna, algo decisivo para o inicio oficial de suas atividades.

Devidamente estruturado, o CCAS passou a contar com um Conselho Deliberativo e um Conselho de Cultura, além de uma estrutura administrativa enxuta e usual.

Para sua direção foi nomeado o Bel. Flávio Sátiro Fernandes Filho, ex-Secretário Executivo e presidente da Fundação Casa de José Américo, com vasta experiência e relacionamento na área cultural, onde foi do conselho da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rego (FUNESC), membro do Conselho Estadual de Cultura e da Comissão de Análise de Projetos do Fundo de Incentivo a Cultura Augusto dos Anjos.

Estava lançado, então, o grande desafio: garantir o funcionamento efetivo do CCAS, garantindo que ele não fosse transformado em um “elefante branco”.

Missão dada e missão cumprida, em seus cinco (5) primeiros anos de existência, o CCAS abrigou cerca 416 eventos (2015/2019), sendo 184 da programação do próprio TCE-PB, numa prova inconteste de que o CCAS cumpre o seu papel com maestria. Muitos desses eventos já constituem a grade de programação cultural permanente do CCAS e incorporaram-se ao calendário de eventos da Capital, como os concertos da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa, da Banda de Música 5 de Agosto, assim como o já tradicional SARAU POEMAS E CANTOS DA CIDADE (evento realizado em parceria com a Academia de Cordel do Vale do Paraíba) e o projeto TCE-ESCOLA E CIDADANIA, que tem o apoio da rede pública e privada de ensino na Capital. Além dessas atividades, o CCAS realiza exposições mensais, prestigiando artistas inéditos, além de fazer lançamento de livros, palestras e outras atividades correlatas.

Como evidência do trabalho desenvolvido pelo CCAS, o GRUPO DE ESTUDOS EM CULTURA, INFORMAÇÃO, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO da Universidade Federal da Paraíba, vinculado ao Conselho Nacional de Pesquisa, através da Resolução 01/2019, por decisão unânime dos seus membros, outorgou a Comenda de Mérito GECIMP, na categoria ENTIDADES CULTURAIS, ao Centro Cultural Ariano Suassuna, “em reconhecimento ao trabalho desenvolvido em prol da cultura no Estado da Paraíba“. A escolha se deu entre cerca de vinte (20) instituições culturais, sendo agraciadas apenas quatro e, entre elas, o CCAS.

Com o advento da pandemia em 2020, o CCAS continuou atuando de forma plena na área cultural, lançando na gestão do Conselheiro Arnóbio Viana o projeto “QUARENTENA CULTURAL”, algo que começou de forma tímida e ganhou proporções inimagináveis, tal a quantidade de pessoas que participaram e o alcance efetivo em termos demográficos. O projeto consistiu em convite para que artistas plásticos, músicos, poetas, escritores e amadores, gravassem um vídeo de até quatro (4) minutos com suas apresentações, para que o CCAS divulgasse nas redes sociais como forma não apenas de fazer uma movimentação cultural, mas garantindo que as pessoas que estavam em isolamento social tivessem um pouco de diversão em meio ao triste momento mundial. O resultado foi pessoas de todo o Brasil e até do exterior, de todas as idades, participando com alegria e inspiração, algo que firmou o projeto e desaguou em versões posteriores como as quarentenas culturais 2021 e 2022, o projeto “Paraíba em Artes” e o “Cinquentão Cultural”, este último para marcar a passagem do Jubileu de Ouro do TCE-PB, já na gestão do Conselheiro Fernando Catão.          

Hoje, o Centro Cultural Ariano Suassuna é uma referência nacional, sendo procurado constantemente pelas mais diversas entidades públicas e privadas para a realização de eventos múltiplos, colocando o Tribunal de Contas da Paraíba em estado de vanguarda e notabilizando-se pela programação permanente de “excelência” e qualidade.