Por Edição: Fábia Carolino
O Correio das Artes do mês de outubro, editado pelo Jornal A União, publicou uma entrevista realizada pelo procurador do Ministério Público de Contas da Paraíba (MPC), Marcílio Toscano Franca Filho, com a policial belga Kim Covent, uma das maiores autoridades mundiais em segurança dos museus. Ela, entre outros assuntos, fala dos ataques a obras de arte em nome de causas ambientais e sobre o papel da tecnologia na proteção dos museus.
Marcilio Franca é Procurador-Chefe da Força-Tarefa do Patrimônio Cultural da Paraíba. Na entrevista ele destaca que recentemente foram inaugurados, em João Pessoa, dois museus: o Museu da Cidade, na Praça da Independência e o Museu da Polícia Militar, também no centro da cidade. ”E em breve o Palácio da Redenção também virará um museu, que vai contar a história da Paraíba”, informou.
Entrevista na íntegra
Kim Covent: “A luta contra o crime com obras de arte requer uma abordagem internacional”
Marcílio Franca
Especial para o Correio das Artes
Amelia é uma cidade italiana, localizada a cerca de100 kmao norte de Roma. Uma vez por ano, em agosto, o charmoso vilarejo de pouco mais de 10 mil habitantes reúne a elite internacional da proteção do patrimônio cultural, nos já famosos seminários promovidos pela Arca, a Associação para a Investigação dos Crimes contra a Arte. Ali, durante um final de semana, procuradores, agentes da Interpol, funcionários da Unesco, detetives, policiais, advogados, professores, pesquisadores, curadores e conservadores de museus importantes transformam o convento medieval de Boccarini em arena para intercâmbio de experiências, informações, técnicas e até pistas.
Depois de um hiato forçado nos últimos dois anos, o seminário voltou a ocorrer entre os últimos dias 5 e 7 de agosto. E não foi só o calor enorme deste peculiar verão europeu que esquentou o evento. Nas semanas precedentes ao seminário, alguns crimes chamaram atenção da comunidade que costuma encontrar-se em Amelia:um ataque à Monalisa, no Louvre, em Paris; a invasão, em plena luz do dia, à feira de arte TEFAF, em Maastricht, na Holanda; além do protesto dos ativistas climáticos do grupo “Ultima Generazione”, na Galeria Uffizi, em Florença, que colaram suas mãos na “Primavera”, de Sandro Botticelli. Neste mês de outubro, ativistas do grupo Just Stop Oil jogaram sopa de tomate na obra “Sunflowers”, de Van Gogh, exposta na National Gallery, em Londres. Com a indústria do turismo a todo vapor e os museus superlotados, os riscos parecem ter aumentado para as obras de arte.
Entre os palestrantes deste ano em Amelia, estava a policial belga Kim Covent, assessora da polícia de Ghent, onde desenvolve um trabalho em parceria com o Museu
de Belas Artes da cidade e integra o Ghent Research Institute for Art and Cultural Heritage Crime and Law Enforcement (Grace). Com mais de 12 anos de experiência, Covent combina sua formação em educação e jornalismo para desenvolver métodos e treinamentos sobre habilidades de observação, comunicação não verbal e teoria da mente dirigidas à construção de um modelo de barreiras contra o roubo de arte.
Um pouco antes dela embarcar para a Itália, eu conversei com Kim Covent em Ghent, Bélgica, durante o meu período como professor visitante na Faculdade de Direito da Universidade local. Contei-lhe que João Pessoa inaugurou, recentemente, dois museus (o da Cidade e o da Polícia Militar) e se prepara para inaugurar um terceiro, no Palácio da Redenção, com a história da Paraíba. Também contei sobre a reabertura do Museu do Ipiranga e a possibilidade de Foz do Iguaçu abrir uma filial de um grande museu internacional. Falamos sobre crimes com obras de arte, a segurança dos museus e outros temas do patrimônio cultural.
Arquivo Correio das Artes (outubro) https://auniao.pb.gov.br/servicos/correio-das-artes/edicao-digital-2022
Ascom/TCE-PB
(01/11/2022)